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ToggleInvestidores Sofrem até 93% de Perdas em COEs: Entenda o Aumento de Reclamações e Como se Proteger
Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) protagonizam um aumento recorde de reclamações no Reclame Aqui: de apenas 1 reclamação em janeiro para 145 nos primeiros 12 dias de outubro. Investidores denunciam perdas de até 93% do capital aplicado e prejuízos que podem chegar a bilhões.
Nesta curadoria, você encontrará:
- Análise do salto de queixas e impacto financeiro;
- Funcionamento dos COEs de crédito e suas armadilhas;
- Relatos de prejuízos reais;
- Principais falhas apontadas nas reclamações;
- Checklist para avaliar riscos antes de investir;
- Orientações para prestadores de serviço com suporte contábil da Morais Contabilidade.
Cenário Alerta: Salto de Reclamações sobre COEs e Prejuízos Bilionários
Em janeiro, os COEs registraram apenas 1 reclamação no Reclame Aqui; nos primeiros 12 dias de outubro, foram 145, totalizando 154 queixas em 2025. Esse salto exponencial sinaliza o descontentamento de investidores que viram a promessa de ganhos se transformar em prejuízos substanciais.
O crescimento de 1 para 145 queixas – um aumento de 14.400% – coloca o mercado em alerta sobre a transparência e as condições de risco desses produtos, especialmente os COEs de crédito, que expuseram diversos aplicadores a perdas elevadas.
Com R$ 90 bilhões em COEs na B3, uma retração de apenas 5% já corresponderia a R$ 4,5 bilhões em perdas. Em cenários mais extremos, como os casos vinculados à Ambipar e à Braskem, os prejuízos atingem cifras bilionárias, reforçando a necessidade de análise criteriosa antes da aplicação.
Por que os COEs de Crédito Expuseram Investidores a Perdas
Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) são produtos híbridos que combinam renda fixa e derivativos. Eles permitem ganhos atrelados a índices, ações ou dívidas, mas apresentam níveis de proteção distintos conforme a estrutura contratual.
Modalidades principais:
- COE de Valor Nominal Protegido: garante a devolução de 100% do capital no vencimento, desde que o investidor permaneça até a data final;
- COE de Valor Nominal em Risco: admite perda parcial ou total do valor aplicado, conforme o desempenho dos ativos de referência;
Nos COEs de crédito, o retorno depende da saúde financeira da empresa emissora da dívida que serve de lastro ao produto. Quando essas companhias enfrentam dificuldades, a queda no preço dos títulos reflete-se diretamente na cotação do COE.
Foi o que ocorreu com Ambipar e Braskem: ambas viram seus papéis desvalorizarem-se drasticamente, replicando perdas de até 93% no COE. Investidores, sem plena compreensão do risco de crédito, acabaram expostos a prejuízos bilionários, à medida que o valor de face das dívidas foi reduzido pela dificuldade de pagamento dessas empresas.
Casos Reais: Investidores Relatam Prejuízos de até 93%
Um investidor de São Paulo, que aplicou em COEs atrelados às dívidas da Ambipar e da Braskem, relata prejuízo de aproximadamente R$ 700 mil, correspondentes a cerca de 93% do valor investido.
Ele afirma que não assinou termo de consentimento específico para esse tipo de produto e não recebeu material explicativo adequado sobre os riscos envolvidos.
Relatos adicionais registrados no Reclame Aqui incluem:
- Aplicações de R$ 200 mil reduzidas a menos de R$ 30 mil após a desvalorização dos títulos de crédito;
- Perdas de 60% a 80% sem aviso prévio sobre cenários de estresse;
- Ausência de informações claras sobre custos, prazos e condições de liquidação antecipada.
Esses depoimentos reforçam a importância de avaliar minuciosamente os documentos do produto e garantir consentimento consciente antes de investir em COEs.
Principais Problemas Apontados nas Reclamações
Entre as 154 queixas registradas no Reclame Aqui, os investidores destacam três falhas recorrentes:
- Propaganda enganosa: promessa de produto com risco controlado sem detalhamento claro dos riscos de crédito e derivativos.
- Qualidade do serviço: falta de material explicativo adequado, documentação incompleta e ausência de orientações sobre cenários de estresse.
- Mau atendimento: demora excessiva em respostas, canal de comunicação ineficiente e resolução de dúvidas insuficiente.
As instituições financeiras mais citadas nas reclamações são:
- XP Investimentos – 120 queixas (78,43%)
- Rico Investimentos – 19 queixas (12,42%)
- BTG Pactual Investimentos – 4 queixas (2,61%)
- EQI Investimentos – 3 queixas (1,96%)
Normas e Transparência: O Que a Legislação Exige das Instituições
As instituições que oferecem COEs devem seguir exigências de órgãos reguladores, assegurando transparência e proteção ao investidor.
- CMN nº 4.263/2013: Institui os COEs como produto híbrido, determina regras de estruturação e obriga as instituições a divulgar, em documento claro, as modalidades disponíveis e os riscos associados.
- CMN nº 5.166/2024: Atualiza normas para COEs de crédito, reforçando o dever de esclarecimento sobre o risco de crédito do emissor e exigindo destaque para cenários de perda e ganho no documento de pré-venda.
- CVM 30/2021: Define o Documento de Informações Essenciais (DIE) como requisito obrigatório, exigindo que cenários de rentabilidade, custos, prazos e possibilidade de liquidação antecipada sejam apresentados de forma destacada.
- CVM 160/2022: Estabelece regras adicionais de comunicação, incluindo alertas visuais e linguagem acessível no DIE, para garantir que o investidor compreenda claramente as condições e riscos do COE.
- Código de Defesa do Consumidor: Complementa essas normas ao exigir práticas comerciais transparentes, coibir propaganda enganosa e assegurar o direito à informação adequada e clara sobre produtos financeiros.
O DIE, previsto pelas normas da CVM, funciona como instrumento central de transparência ao reunir todas as informações essenciais: estrutura do produto, condições de liquidez, custos e cenários de rentabilidade e perda, ajudando o investidor a tomar decisões conscientes.
Checklist: O que Observar Antes de Investir em COEs
Antes de aplicar em um Certificado de Operações Estruturadas, verifique:
- Risco de crédito do emissor: confirme a solidez financeira da empresa que lastreia o COE; lembre-se de que esse investimento não é coberto pelo FGC.
- Modalidade do COE: identifique se o produto é de Valor Nominal Protegido (capital garantido no vencimento) ou de Valor Nominal em Risco (possibilidade de perda total ou parcial).
- Ativos de referência e barreiras: analise quais índices, ações, moedas ou dívidas determinam a remuneração e entenda as condições de ativação ou perda de retorno.
- Liquidez e prazo de vencimento: confira se é possível resgatar antes do vencimento, quais custos se aplicam e o impacto na proteção do capital.
- Custos e tributação: avalie taxas de estruturação, corretagem e o regime de Imposto de Renda para projetar o rendimento líquido.
- Documento de Informações Essenciais (DIE): leia atentamente o DIE, verificando cenários de rentabilidade, estresse e mecanismos de liquidação antecipada.
- Simulações de cenários: peça projeções de ganhos e perdas em diferentes situações de mercado para calibrar seu perfil de risco e expectativas.
Como a Morais Contabilidade Pode Ajudar no Planejamento e Controle Financeiro
Para prestadores de serviço, a Morais Contabilidade oferece suporte especializado na gestão financeira e contábil, alinhando processos às suas necessidades e reduzindo riscos. Por meio de um planejamento tributário detalhado, ajudamos a identificar o regime mais vantajoso, como o Simples Nacional, otimizando a carga fiscal. Também realizamos análises e simulações de cenários para investimentos em COEs, permitindo avaliar exposições e potenciais perdas antes da aplicação. Além disso, gerenciamos o fluxo de caixa e produzimos relatórios gerenciais, garantindo controle e transparência para que você tome decisões seguras e embasadas.
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Fonte Desta Curadoria
Este artigo é uma curadoria do site Valor Investe. Para ter acesso à matéria original, acesse Queixas sobre COEs saltam e investidores relatam perdas de até 93% do valor investido